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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ÁRVORES PARA VER TODOS OS DIAS... PLANTE A SUA, TEMOS O ESPAÇO...

Ambiente

Dez árvores formidáveis e as razões para preservá-las

A pedido de VEJA.com, o ambientalista Ricardo Cardim aponta dez exemplares que vale a pena conhecer neste Dia da Árvore - ou em qualquer outro dia

Daniel Jelin
Jequitibá-branco do Parque do Trianon: remanescente centenária da mata de São Paulo

Jequitibá-branco do Parque do Trianon: remanescente centenária da mata de São Paulo (Clayton de Souza/AE)

Dia da Árvore não é muito mais que uma data escolar - eventualmente capturada por um ou outro protesto ou ato público de ocasião. E não ajudou nada o decreto de 1965 que substituiu o 21 de setembro por uma certa Festa Anual das Árvores, a se comemorar em março no Norte e Nordeste e em setembro no resto do país, em atenção a diferentes 'características fisiográfico-climáticas'.

O objetivo do decreto, vazado na linguagem típica daqueles anos, era divulgar a 'importância das árvores no progresso da Pátria e no bem-estar dos cidadãos'. Um fracasso fácil de explicar: no registro histórico, a ideia dominante de 'progresso da Pátria' sempre rivalizou com 'importância das árvores'.

Fernando Moraes

O ambientalista Ricardo Cardim, à frente da Figueira das Lágrimas

O ambientalista Ricardo Cardim, à frente da Figueira das Lágrimas

O ambientalista Ricardo Cardim coleciona há anos histórias deste embate ('injusto', diz) entre o verde e o concreto. Em particular, escolheu as disputas travadas em São Paulo, onde o botânico nasceu e cresceu. 'As pessoas tendem a achar que meio ambiente é Amazônia, é crédito de carbono etc.', explica. 'Meio ambiente é o lugar onde você vive'.

Parte da pesquisa de Cardim pode ser conferida no blog Árvores de São Paulo, uma divertida intersecção entre botânica, cultura e história que ele pretende publicar em livro, que já tem nome ('Almanaque do Verde Paulistano'), mas ainda aguarda editora.São histórias como a da Figueira das Lágrimas, a mais antiga árvore documentada de São Paulo, que marcava o limite da cidade e o ponto de despedida dos viajantes que desciam o Caminho do Mar - daí as lágrimas. Ou dos cambucis do bairro homônimo, onde hoje só se avista um exemplar adulto. Ou da melancia campestre, para sempre varrida dos antigos campos do Butantã.A pedido de VEJA.com, Cardim apontou dez árvores de interesse histórico e botânico que resistiram - e ainda resistem - ao 'progresso da Pátria' e que vale a pena conhecer neste Dia da Árvore - ou em qualquer outro dia. Confira abaixo no mapa:

Estrada das LágrimasEstrada das Lágrimas
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Satélite
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Figueira das Lágrimas, Sacomã

É a mais antiga árvore documentada de São Paulo. Em 1862, em 'Peregrinação pela Província de São Paulo', o escritor português Emilio Zaluar já a descrevia como uma 'belíssima figueira brava, cujos galhos (...) formam um bonito dossel em toda a largura da estrada'. A estrada em questão era o Caminho do Mar. E a 'belíssima figueira' (Ficus organensis) marcava a hora da despedida - e os limites da cidade. 'Aqui vêm abraçar-se (...) aqueles que se separam para, em opostas direções da estrada, seguirem depois, e quantas vezes na vida, um caminho e um destino também diverso'. Daí as lágrimas. Cardim calcula que a árvore tenha pelo menos 200 anos. E pode durar mais uma geração. Pode não durar também. 'Seu estado atual é preocupante'. Na gestão Jânio Quadros, conta Cardim, plantaram uma outra figueira, exótica, bem ao lado da anciã, fazendo-lhe sombra e competição. Cardim pretende que a novata seja removida da área, e que da antiga se façam mudas para preservar seu patrimônio genético. Mas a verdade é que a árvore foi esquecida. Uma das últimas homenagens à árvore centenária foi prestada nos anos 50 pelo Instituto Histórico Geográfico, que mandou gravar uma grande placa de bronze. Roubaram a placa.

2 comentários:

  1. Roubaram a placa de bronze, se pudessem matariam a árvore, pois é amigo que posta essa linda homenagem ao Dia da Árvore!
    O ser humano é desumano com a natureza!
    Essa que em sua grandeza e beleza salvaria-nos dos venenos que em nome do pregresso está cada vez mais escasseando o ar!!! Ar? Eu disse ar, que é ar, ar puro então!!!
    Não há! Não há ar puro, rios límpidos, pexes vivos!
    Não há!!!Que pena! Que dor na alma em saber que não sabemos viver!!! Não sabemos!!!
    Abraços Sr Dino, parabéns por essa postagem!!!
    Ivone poemas
    henristo.blogspot.com

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  2. Nos deixa muito felizes o nível das sapientes pessoas que visitam nossos blogs - este - o saberladino e xadrezdinobueno.blogspot.com
    Pessoas iguais nossa querida escritora Ivone Sato - que sempre nos deixa palavras incentivadoras às nossas postagens.
    Convidamos os visitantes que conheçam o ótimo blog da escritora Ivone - poemas sem peias.

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