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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

UM DOS MELHORES TEXTOS: SOBRE A AULA DAQUILO QUE PENSAMOS QUE SABÍAMOS...


Assunto: VAMOS BARCELONIZAR ?                                                


 Tenho certeza que vai gostar deste artigo.
Como eu gostei.
Abraços
Djalma

 Recebi essa crônica e repasso aos meus amigos. Vale a pena ler até o fim. 
Trata-se de uma crítica verdadeira, e sem bairrismo, ou seja lá o que for,  
sobre o jogo do século: Santos x Barcelona. Confesso que não havia lido 
e nem escutado nada igual. Pactuo com todas as palavras desse mestre 
que escreveu isso. Não foi o técnico, não foi a defesa, não houve falta de
 entusiasmo, nem de amor a camisa, como muitos estão dizendo. A crônica 
retrata a realidade que ninguém enxergou ou não quer enxergar.
PARABÉNS !!!!!!!!!!!!!!!






DESAFIO VOCÊ A "BARCELONIZAR" SUA VIDA EM 2012

Pensei que eu já tinha visto um time jogar bola... Não tinha ainda. 
Vi ontem, domingo, dia 18 de dezembro de 2011. 
Só agora entendi o que nossos pais querem dizer ao se 
referir aos tão saudosos tempos do Santos de Pelé e seu esquadrão.
 Eu, nascido três anos depois da conquista de 70 no México, só fui 
ver um show nos gramados quando testemunhei muito menino a 
seleção de 1982. Depois disso, como todos os brasileiros, me acostumei 
a chamar de “futebol-arte” umas gingadas pra cá, umas pedaladas pra lá,
 uns showzinhos particulares de uns pés iluminados, e que tão rápidos 
correram para o rico esporte europeu. 
Ontem, entretanto, eu vi o Barcelona jogar.
O Barcelona é uma empresa. Seus clientes são exigentes. Não aceitam menos
 do que um espetáculo. E quem quer conquistar o mercado do entretenimento 
mundial tem sim que buscar excelência em tudo que faz, planeja, semeia e colhe,
 pela força do mérito e não da sorte. Os empresários da bola descobriram o que 
um dia antropólogos vão tentar explicar: A gente é simplesmente doido por uma 
linda partida de futebol. Não sei o que acontece com a alma humana... O futebol 
é nossa arena e os jogadores, nossos gladiadores. Nossos times são nossa 
representação, nossa síntese, nossa forma de demonstrar paixão... 
E no Brasil isso ultrapassa o limite da compreensão. 
Mas agora já posso dizer que eu vi um time jogar de verdade...  
Só me resta voltar a “quase-me-divertir” com os torneios nacionais e 
latino-americanos, onde a mediocridade, a indolência, a sacanagem, 
a bandidagem e a politicagem IMPERAM sem nenhuma voz a se levantar 
pra denunciar essa MÁFIA ao redor dos campos. Voltarei também a admirar
dentro do campo a nossa famosa cultura do jeitinho, da catimba, 
do “juiz-sempre-ladrão”, do “recuar-para-jogar-no-contra-ataque” 
depois de fazer “meio-gol”. Voltarei a toda essa preguiça de atletas cansados 
que ganham milhões e ainda assim têm a cara de pau de forçar o segundo 
cartão para não viajar com o time no domingo de balada. Voltarei a essa 
novelinha-das-seis  que a TV e toda a mídia dá um jeito de ficar emocionante 
para quem sofre muito e se contenta com pouco. 
Eh, mais nunca esquecerei... Ontem de manhã descobri o que é um time de 
verdade.Amante do futebol, nunca esquecerei... 
A ufanista seleção brasileira seria massacrada pelo Barcelona. Porque a 
“seleção” é a mais concreta evidência dessa ZONA, dessa ganância atrapalhada
que mistura dinheiro privado com coisa pública e prepara a COPA DOS 
SUPERFATURAMENTOS, a política de caixa 2 que caracteriza nossos períodos 
eleitorais TODOS! Já o SANTOS... Ora, NÃO É DO SANTOS QUE ESTOU FALANDO. 
O Santos foi quem nos permitiu assistir a isso tudo quando venceu o Brasileirão que o 
levou à Libertadores,e venceu os latinos todos, levando ainda seu Regional no meio do 
caminho, tendo sido então catapultado a essa final privilegiada. Foi o Santos 
quem nos levou à Tóquio, à sala de aula, pra tomar umas boas surras na bunda! 
Na bunda de santistas, mas também de corinthianos, palmeirenses, flamenguistas, 
gremistas, comentaristas, cartolas e todos os brasileiros... 
O Santos? O Santos não tem nada haver com minha reflexão. 
O Santos é o que temos de menos pior!
Coloca o Neymar dentro da estrutura que o Messi tem ao redor de si e todos saberão 
que ninguém é “o melhor jogador do mundo” sozinhoQuem sabe, vestindo a camisa 
do Messi, nosso jovenzinho moicano faria coisas ainda nunca vistas, impensáveis aos 
nossos olhos... 
Minha questão, desse modo, é outra: Somos nós... Nós somos soberbos demais para 
futebol de menos.
E nosso atual futebol é só reflexo da cultura da qual a gente idiotamente se orgulha: 
A cultura do “deixa como está para ver como que fica”; a prática do nivelamento por 
baixo que domina nossas escolas, universidades, empresas, ONGs, publicações,
 ações sociais, políticas e quase TUDO o mais nesse país. 
Acorda gente!
Alguém viu o Barcelona dar chutão, “chuverinho” pro nada, bola rifada pro meio do 
campo?
Alguém viu algum “espanhol” comemorar que conseguiu proteger a bola até que 
ela saísse por escanteio? (e a torcida aqui ainda vibra com isso!!!). Alguém viu o 
Barcelona recuar todo o time depois do primeiro gol? Viram algum jogador cansado? 
Não perceberam os caras tentando tirar a bola da mão do Rafael quando o jogo já 
estava em seu final? (Aliás, se não fosse o Rafael...)
Alguém viu o Messi “provocar”  falta? Viram-no se jogar dentro da área feito ator de 
cinema sem ninguém ter lhe tocado?
Não perceberam quantas e quantas vezes ele poderia ter caído ontem? 
Mas será que a torcida do Barcelona se contenta com bola parada perto da área 
porque falta coisa melhor para fazer em campo? 
Enquanto você está pensando que estou nos ridicularizando, veja como somos 
ridículos mesmo: nos nossos campos, quando um de nossos times está ganhando 
de “quase 1 x 0”, nossos melhores jogadores sofrem uma “quase-falta” e ficam 
“quase-mortos” estrebuchando na grama, em dramáticos giros e convulsões.
 Aí param o jogo, brigam os demais, o juiz autoriza a entrada do carrinho, os 
paramédicos recolhem o lesado, o carrinho se move lento para fora do campo, 
os comentaristas até fingem que estão preocupados, e então, o cidadão cruza as 
linhas laterais, levanta “quase-mancando”, solicita sua reentrada imediata em jogo, 
já quase pulando, e volta como se nada tivesse acontecido... Meu Deus! A gente 
acha que isso é um espetáculo? Só se for de teatro! Se toda vez toda a torcida 
vaiasse o pilantra queria ver se algum desses “heróis” continuaria a fazer a cena 
de sempre... 
Nós temos orgulho da malandragem. O cara só tá errado se for do time adversário! 
A gente é assim... 
Aí, no encontro com a EXCELÊNCIA no Japão, fica essa postura brasileira toda 
subserviente, afetada, psicologicamente submissa, reverente demais para quem 
queria ser campeão. O Santos em campo parecia o adolescente que encontrou 
com seu ídolo – seus personagens de games de futebol – e, emocionado, subiu 
no palco para pedir autógrafos e abraços, cortejando gente de seu próprio 
tamanho.  O Santos ontem encontrou com o futuro. Tomara que tenha encontrado o
 seu próprio.Tomara também que o Brasil ex-país do futebol aprenda a lição. 
Eu, sinceramente, não acredito. Tem que mudar todo um povo e sua corja de 
“políticos, covardes, estupradores e ladrões”... tanto os da esquina como os que
 roubam grandes somassob o teto do Congresso Nacional! Todo mundo quer 
ganhar fácil nesse país-que-não-é-sério... Não é sério! 
Bom... Mas de minha parte – e o motivo que escrevo é só para desafiar você a fazer o 
mesmo – vou em 2012 procurar semear com muito trabalho e dignidade, aceitando 
perder no meio do caminho para ganhar no final, um dia, quando chegar a hora, 
quando eu estiver preparado, sem rezas, mandingas, choro nem vela. 
Minha obrigação como pai, marido e profissional é investir, treinar, me dedicar, 
plantar as melhores atitudes, regar os melhores hábitos, buscar o melhor 
gerenciamento de meus problemas. 
No mais, de GRAÇA só tenho o Amor de Deus. O resto é mérito, conquista, 
peleja, suor e lágrimas...!
Em 2012, vou procurar voltar com amor para casa e com toda garra para o trabalho... 
Com “sangue-nos-olhos sim (!), mas sem pisar em ninguém; sem desrespeitar 
quem quer que seja, mas sem ter medo de nada; sem achar que ser o melhor 
possa ser um golpe de sorte, e ao mesmo tempo, sem comemorar as derrotas 
alheias como se elas fossem aplainar as trilhas das minhas vitórias. 
Em 2012, desafio você a se barcelonizar!  
Pra cima deles, meu irmão!!! 
FELIZ ANO NOVO, A TODOS !!!
Marcelo M. Quintela
Professor de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia FOUNIMES – Santos/SP

Estágio de Doutorado Medicina do Sono - UNIFESP
Mestre (São Leopoldo Mandic) e Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial 

(UNICASTELO)
Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares – CFO
Clínica ORTO & SONO DE SANTOS
Site profissional: www.ortoesono.com.br
Currículo: http://lattes.cnpq.br/3910651023943929


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