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sábado, 26 de maio de 2012

UM BRASILEIRO QUE SAIU DE BOTUCATU PARA FAZER IMAGENS PELO MUNDO... Veja sua bela história...


"Se eu tivesse ficado no Brasil, não seria nada"

André Liohn, fotógrafo de guerra, no Roda Viva. Assista na íntegra!
O fotógrafo de guerra André Liohn foi o convidado desta segunda-feira (30/4) do Roda Viva. O brasileiro saiu de Botucatu – SP para ficar frente a frente ao calor da batalha. Hoje é um fotógrafo especialista em coberturas de guerra. Já passou pela Somália, Síria, Haiti e Líbia. Em busca pelas melhores imagens passou por momentos trágicos, onde viu amigos morrerem e até se feriu.
Na semana passada, o brasileiro recebeu o  Robert Capa Gold Medal, um dos mais prestigiados prêmios de fotografia do mundo. Como freelancer, ele cobriu os últimos acontecimentos da chamada Primavera Árabe. Esteve na Líbia acompanhando a sangrenta sequência de enfrentamentos entre grupos antigovernistas e as forças do ex-ditador Muamar Kadafi, morto após ser capturado pelos rebeldes. Liohn foi premiado por um grupo de 12 fotos tiradas em Misrata, uma das cidades da Líbia mais castigadas pelos confrontos.
Quando não está tirando fotos de conflitos, André vive na Itália com a esposa e mais dois filhos. Ele teve uma infância pobre, estou até a 5ª série do ensino médio. Foi para a Suíça, onde trabalhou como lenhador. De lá seguiu para a Noruega, onde fez um curso de comércio exterior. “Eu tinha certeza que se ficasse no Brasil não chegaria a nada”, é assim que justifica a sua ida para o exterior.
“Eu comprei uma máquina fotográfica e comecei a fotografar tudo, menos todos; nunca fotografava gente. Eu tinha medo de chegar perto de gente. Quando eu terminei um relacionamento sério a fotografia me acompanhou. Eu odiava a fotografia que eu fazia”. Foi assim que ele passou a fazer cliques de pessoas. Logo, fotografar guerras se tornou uma forma de André expressar a revolta que tinha dentro de si. “Ainda tenho muita revolta. Eu cresci numa sociedade, onde você já era sentenciado a ser aquilo”. André acredita que se tivesse ficado no seu país de origem não teria sido fotógrafo.
A intenção do fotografo não é chocar as pessoas com seus retratos, mas revelar um momento de trauma, de ruptura. “Eu espero que a pessoa que vê a foto também, de alguma forma, se relacione com esse momento de trauma. É fazer com que a pessoas veja que na vida ela tem que tomar uma nova direção”. 
Apresentado por Mario Sergio Conti, o Roda Viva contou, para esta edição, com os seguintes entrevistadores: Leão Serva (jornalista e ex-correspondente de guerra e autor de livro e ensaios de jornalismo de guerra), João Wainer (editor de fotografia do jornal Folha de S.Paulo), Mauricio Lima (fotógrafo freelancer do jornal New York Times), Roberto Cabrini (jornalista, apresentador do programa Conexão Repórter, do SBT), Eduardo Nicolau (editor de fotografia do jornal O Estado de S.Paulo).

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