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segunda-feira, 11 de junho de 2012

RIO - ALÉM DE MARAVILHOSA - É A CIDADE DO AMOR. NAS SUAS PRAIAS SE CULTIVA A BELEZA ESCULTURAL...


Rio, uma cidade maravilhosa para os homens solteiros

O solteiro Pedro Sutton, 56 anos, engenheiro, está no melhor local possível do Brasil para encontrar uma mulher disponível no próximo dia dos namorados. Morando no Rio de Janeiro, Sutton está no estado com o maior número de mulheres solteiras do país. No Rio, segundo o Censo 2010 do IBGE, há 24% a mais de mulheres não casadas do que homens.

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- O Rio de Janeiro é uma terra maravilhosa para os homens - afirmou Sutton.
Outro solteiro, o publicitário Fernando Xavier Oliveira, 43 anos, acredita que as características das mulheres da Cidade Maravilhosa fazem com que os homens sempre "olhem para o lado" antes de assumir compromisso.
- Aqui, as mulheres têm um cuidado maior com o próprio corpo. Isso faz com que eles pensem duas vezes na hora de pensar em se relacionar a sério - opinou Fernando.
- Se eu fosse mulher, iria para a Austrália, porque lá dizem que a situação é inversa. Aqui é mole para os homens. Basta você sentar sozinho em um barzinho, em um restaurante, que você logo vê o assédio. Se for para uma festinha, então, aí e
Banhista aproveita dia de sol na praia de Ipanema, zona sul do Rio (Foto: AE/Arquivo)
las escancaram logo - completou Sutton.

Mas as mulheres solteiras não precisam ir tão longe para encontrar uma área mais fértil para quem procura um companheiro. Segundo o IBGE, em Mato Grosso há 9% de homens solteiros a mais do que mulheres disponíveis; nesse ranking vêm em seguida Rondônia (7%) e Tocantins (6%). Claudio Crespo, do IBGE, explica a existência de mais solteiros em Mato Grosso:
- Isso se dá por conta da fronteira agrícola, ocupação daquelas cidades por agronegócio, que levam muito mais homens de outros estados a trabalharem ali. Essa é uma questão e acaba tendo uma população masculina migrante grande. Em geral vai o mais jovem entrando na atividade econômica e ainda é solteiro.
Uma breve caminhada pelas calçadas da Praça Popular, o principal point noturno de Cuiabá, já é suficiente para constatar o que dizem os números da pesquisa: os principais estabelecimentos têm suas mesas dominadas por homens nos finais de semana.
- O importante para um homem, na praça Popular, é que o bar tenha mesas na calçada -explicou o solteiro convicto José Arlindo Fagaroso Costa, de 39 anos. - Assim, a gente vê a mulherada e é visto.
Outros bons locais para os marmanjos são o Distrito Federal e Pernambuco, onde há 23% e 21% a mais de mulheres solteiras, respectivamente.
Considerando a idade em todo o país, entretanto, a oferta média de homens é favorável às mulheres só até os 35 anos de idade. Na faixa etária de 25 a 29 anos, por exemplo, há 17% a mais de solteiros do que solteiras. Mas, a partir dos 35, o excedente de solteiras cresce exponencialmente.
Existem algumas razões para esta desproporção, e elas são tanto demográficas como culturais. As mulheres costumam casar cedo e têm menos relações conjugais após a primeira. Já os homens tem esposas mais jovens ou da idade deles. São poucos os homens que se unem a mulheres mais velhas. Já elas, passam a ser mais exigentes com o tempo e olham menos para homens mais novos.
- Quanto mais independente é uma mulher, economicamente, socialmente, psicologicamente, mais exigente ela é. Uma mulher de 35 anos não quer casar com qualquer homem. Então, ela prefere ficar só do que com um cara que não corresponde às suas expectativas - observou a antropóloga Mirian Goldenberg que lança nesta segunda-feira o livro "Tudo o que você não queria saber sobre sexo", em co-autoria com o cartunista Adão Itarrusgari.
Por outro lado, os homens são menos exigentes.
- É um paradoxo: eles têm mais escolha, mas são menos exigentes. E elas têm menos oportunidades e são mais exigentes. Então, o número de solteiras vai crescendo de acordo com a idade - pontuou Mirian.
A partir dos 70 anos, para cada solteiro há pelo menos três mulheres. Os dados revelam também que mulheres com planos de se casar com alguém de mesma escolaridade são vítimas de seu sucesso. Entre pessoas de nível superior, há 77% a mais de solteiras.
Para o gerente de estatísticas vitais do IBGE, Claudio Crespo, a mulher que estuda tem outras oportunidades e adia não só o casamento, mas a maternidade. Mirian Goldenberg, no entanto, acredita que as solteiras são uma tendência.
- Não é um fracasso. Falta homem, mas existe uma razão simbólica mais importante: muitas mulheres gostam de viver só e valorizam isso. Outras vão gostar de casar e ter filhos.

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