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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

IPÊ E SUAS LINDAS FLORES, REALÇADOS PELO CRONISTA QUE JÁ NOS DEVE UM LIVRO...

Nosso Cantinho O IMPACTO 30.08.2014 – Maurinho Adorno
Meu ipê amarelo
e o buquê da Leninha
Numa manhã de sexta-feira, como faço todas as semanas, fui à sessão de fisioterapia, uma rotina de 24 anos, destinada a manter a musculatura e não piorar meus movimentos. Faço dois dias por semana com a Ana Célia, e dois com a Juliana, ambas excelentes profissionais, mas muito duras comigo nos alongamentos, seja nas mãos ou nas pernas. Estava tranquilo quando subi a Avenida 22 de outubro, com destino à minha casa, e, como faço semanalmente, dirijo admirando as residências e a paisagem do lado esquerdo, no terreno limítrofe à voçoroca.
Nesse dia, imprimi baixa velocidade para apreciar as flores de ipê roxo das árvores plantadas no canteiro central da avenida. Uma beleza. Dá vontade deparar por algumas horas e ficar admirando essas dádivas da natureza, mas não o faço para não atrapalhar o trânsito. Acho que essas árvores foram plantadas pelo prefeito Romeu Bordignon, entre 2006 e 2007, e começaram a florir cinco anos após o plantio. Sou fã dessas árvores e aprecio algumas nas estradas, em paisagens deslumbrantes. 
Na minha casa, nós plantamos um ipê amarelo. Creio que há mais de 15 anos, um presente do Elias Fernandes de Carvalho, na época superintendente do Samae, de Mogi Guaçu. Ele levou uns 6 a 7 anos para florir, mas compensou: o nosso tem características diferentes dos plantados na Avenida 22 de outubro: ele não floresce inteiro - somente em uma parte da árvore, mas, em compensação, floresce por diversas vezes no ano. Não sei por que isso acontece, talvez por ser podado sempre, para evitar seu crescimento.
É uma pena que as flores dos ipês tenham vida curta, algo como uma semana. Eu espero que algum dia a engenharia genética consiga fazer com que as flores durem mais tempo e possamos apreciar mais essas flores, filhas das árvores que são símbolo nacional, por serem genuinamente brasileiras. Gosto de meu ipê amarelo, mas fico triste quando vejo suas flores caídas no chão.
Um dia desses estava conversando com um amigo sobre as flores produzidas em Holambra, expostas e vendidas na Explofora nessa época do ano. Neste, começou dia 29 e estará aberta até 29 de setembro, sempre às sextas sábados e domingos. Há 33 anos, em sua abertura, a feira se destinava apenas a difundir o cultivo. Hoje, ela virou um comércio, com ingressos caros e estacionamentos a preços aviltantes. É uma pena.
Mas, voltando à conversa com meu amigo Toninho, nós divagamos na conversa sobre a importância das flores em nossas vidas. É muito tradicional a noiva entrar em sua cerimônia de casamento, levando um buquê em suas mãos. Noiva sem buquê é odiada. Isto porque, as jovens de idade já um pouco avançada esperam, avidamente, a noiva atirar o tal buquê, na ilusão de ser a próxima a subir ao altar, conforme reza a lenda.
Essa crença nem sempre dá certo. Uma amiga, a Leninha, um dia contou sua estória: já com seus 28 anos, ela sonhava em se casar e ter filhos. Por seis anos, foi a diversos casamentos e, na maioria deles, conseguiu apanhar os buquês das noivas. Tinha uma técnica certa: ficar sempre na quarta fileira e, muito atenta, pegava as flores na frente ou atrás de si. Ela me confidenciou que fazia de tudo: atropelava e dava cotoveladas nas concorrentes. Não deu certo.
Leninha me contou ter ficado desesperada quando completou 36 anos. A idade avançava e, se passassem mais alguns anos, temia não ter condições de engravidar. Mesmo assim, continuou a disputar os buquês das noivas, mas adicionou duas táticas: a de rezar diariamente ao Santo Antonio casamenteiro, e a frequentar bailes por toda a região. Foi num desses bailes que conheceu o pinhalense André; e após em um ano estava entrando na Matriz de São José, com um buquê às mãos. Depois da festa, como toda noiva que se preza, jogou o buquê às suas amigas. Nesse momento, segundo me disse, deu um sorrisinho maroto e pensou: “essas meninas estão iludidas, marido a gente arruma é na balada”.

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