Bossa-novista, roqueiro, crooner sinatriano, romântico, ativista ambiental, bolerista, baladeiro, trilheiro de motéis, sertanejo, funky, soulman. Em 51 anos de carreira, é um leque de amplidão admirável, incomparável no songbook de qualquer artista vivo.
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Cenas da trajetória do Rei
Em sua figura, fundem-se Beatles e João Gilberto, o carola e o conquistador, o amante dos carangos envenenados e o inimigo dos hábitos perigosos. É o santo e o herege, o revolucionário e o conservador. Maior ídolo popular do País, Roberto Carlos completa 70 anos no próximo dia 19 - e não poderia ser de outra forma: nesse dia, apaga as velas do seu bolo no palco do Ginásio Álvares Cabral, em Vitória (ES), às 21h30. Ingressos custam de R$100 a R$ 320 e é show beneficente.
Há 45 anos, quando de sua assunção como ídolo do emergente iê-iê-iê, o chamavam de Rei da Juventude. Hoje, ficou apenas o título nobiliárquico, "Rei", porque a idade de suas plateias se tornou elástica - pode-se encontrar gente de 8 a 80 anos cantando suas canções nos shows.
"Eu não sei ser Rei, só sei cantar", diz o artista. Serão 70 anos de idade e 56 anos de gravações - a primeira vez que sua voz foi captada foi em 1955, num registro feito pelo radialista Genaro Ribeiro em discos de alumínio para gravações experimentais.
Roberto está longe de se comportar como um ídolo no crepúsculo. "Não penso em aposentadoria, vou continuar trabalhando, vou continuar cantando", disse no Rio, em dezembro. "Ainda quero realizar muito mais, principalmente no tema do amor."
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A INFÂNCIA
Roberto Carlos Braga nasceu em 19 de abril de 1941, no Dia do Índio, na antiga Rua Índios Crenaques, em Cachoeiro de Itapemirim, às 5 horas da manhã. Tinha 42 cm e pesava 2,250 kg, um dos quatro filhos do relojoeiro Robertino e da dona de casa Laura. Aos 6 anos, sofreu um acidente trágico - foi atropelado por um trem e perdeu parte da perna direita. O drama está registrado em verso de uma música, O Divã: "Relembro bem a festa, o apito, e na multidão um grito, o sangue no linho branco..."
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O INÍCIO
Em 1955, aos 14 anos, começou sua carreira no rádio, inicialmente se apresentando com o Conjunto de Ritmos de Zé Nogueira como cantor convidado. No dia 12 de agosto de 1955, estreou na Rádio Cachoeiro. Dali, cantaria na Rádio Nacional, no programa de calouros A Hora do Pato. Aos 15 anos, mudou-se para Niterói, em busca de realizar seu sonho: seguir a carreira de cantor. Em 1957, formou, com Tim Maia, o grupo The Sputniks. Em 1958, conheceu Erasmo Carlos.
60
É UMA BRASA
Depois de uma tentativa de alcançar o sucesso cantando como João Gilberto, que causou rejeição entre a turma da bossa, Roberto chegou ao rock’n’roll. Do período da bossa, sobrou um disco que ele renega, Louco por Você. Mas, em 1963, já tinha um sucesso, Splish Splash. Gravando e tocando com The Youngsters e Renato e Seus Blue Caps, ele subiu. No mesmo ano, duas músicas estouraram nas rádios de Rio e São Paulo: Parei na Contramão e Na Lua Não Há. Em 1965, ele foi convidado pela Record para apresentar o programa Jovem Guarda. O Brasil parou para assistir. Em 68, ganhou o Festival de San Remo.
70
INTERNACIONAL
O fim dos anos 60 e o início dos anos 70 marcam a sedimentação de uma parceria tão profícua quanto a de Lennon & McCartney: Roberto e Erasmo. Em declínio na carreira solo, Erasmo dedicou-se com afinco à composição com o parceiro. Erasmo morava no Rio e Roberto em São Paulo. Nessa transição, houve uma aproximação da dupla com a soul music. Roberto se internacionalizava. Em 1972, embora tenha perdido o Festival de San Remo, virou ídolo na Itália. Em 1973, estreou show no Canecão já como um ídolo inconteste.
80
EMOÇÕES
O romantismo de clássicos como Emoções e Outra Vez (de Isolda) marca a década, assim como as canções mais eróticas do cancioneiro do Rei. Emoções foi composta em Belém do Pará, entre o hotel e o aeroporto. Erasmo ajudou a finalizar e a big band do maestro Torrie Zito, que trabalhou com Frank Sinatra, compareceu no arranjo. Em 1983, realizou a maior turnê de um artista nacional, 120 apresentações em um ano, número só igualado pelos Rolling Stones. Viajava num Boeing 737 com seu nome pintado na fuselagem.
90
A GRANDE MUSA
Fase de canções ecológicas e "teleguiadas" (dirigidas a grupos específicos de minorias). Isso começou quando uma fã, na porta de uma emissora de rádio, pediu que fizesse uma música para as mulheres "de mais idade". Surgiu Mulher de 40. Depois, vieram Mulher Pequena, Coisa Bonita (Gordinha). O cantor arrefece um pouco o erotismo explícito de Proposta, Os Seus Botões, Café da Manhã e Cavalgada, que marcaram sua carreira uma década antes, e casa-se com Maria Rita, a mulher para quem dedicou mais canções de amor.
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SAMBA NO PÉ
Setentão, Roberto vive momento especial. Depois de ter sido tema da escola de samba Beija-Flor, e ter tido a alegria de ver a escola campeã com o enredo, ele foi até a quadra comemorar com os súditos, sambando. Assinou contrato com uma operadora de cartão de crédito que o coloca em ação nos próximos 10 anos - quando ele terá 80 anos. Riu do fato. "Falta seguir, prosseguir fazendo tudo que faço, as canções de amor que eu gosto de fazer. E buscando sempre falar do amor, da forma mais bonita que eu possa falar, e mais emocionante."
Sou grande fa de Roberto Carlos. Suas músicas me transportam para uma linda fase de minha vida vivida aí no Brasil. Bons anos aqueles dos anos 60/70, das calcas boca-de-sino, das Cuba-Libres, dos bailinhos à luz negra... ahhh se pudéssemos voltar ao tempo eu bem que gostaria, mas só por 1 dia! Gosto também da minha vida atual e com certeza daqui uns anos terei saudade dela também.
ResponderExcluirNao podemos nunca olhar para trás e sim sempre para frente. Nossa meta aqui nesse mundo é SER FELIZ. Eu já fui feliz no passado, sou feliz no presente e como otimista que sou serei feliz no futuro.
Como dizem aí... "a fila anda"... nao se pode parar!
"Meu calhambeque Bibip..." Tchau Gente Boa !
Abracao
Rosangela