Ame Muito. Sem perder a individualidade
As ideias da psicanalista e escritora Regina Navarro Lins são polêmicas à primeira vista. Mas, analisando de uma maneira mais profunda, você acaba concordando em quase tudo, mesmo que não tenha coragem de assumir.
Regina garante que o amor romântico ainda rege a maioria dos casamentos atuais, mas está com os dias contados. “Quantas pessoas não deixaram de seguir seus projetos de vida porque se casaram? Isso sempre acontecia. Agora, as pessoas estão buscando a realização pessoal antes de tudo. E isso não exclui um grande amor”.
Sabe aquela história de dois que se transformam em um? É exatamente isso que prega o amor romântico. “Nada no mundo importa, só o ser amado. Como se ele fosse o seu complemento. Isso vem por uma busca desde quando saímos do conforto do útero. Buscamos aquela felicidade achando que o outro tem que suprir todas as nossas necessidades. Isso não existe e, quando percebemos, sofremos demais”.
No amor romântico, se o outro transa com outra pessoa é porque não ama o par. “Isso não tem nada a ver. As pessoas podem amar mais de uma pessoa, podem desejar mais de uma pessoa. O problema é que o casal faz um pacto de exclusividade que só traz frustração e sofrimento”.
A pessoa é apaixonada pela paixão, não pelo outro. “Ela ama estar amando, sem se importar com os anseios do outro. Você sonha com uma pessoa e coloca essas características no seu parceiro. Características que não existem. E fica a vida toda tentando mudar essa pessoa, para que ela se encaixe no perfil que você criou. Não tem como dar certo”.
Liberdade
Agora, segundo Regina, se abre espaço para um novo tipo de amor, sem idealização. “Você ama o outro, mas ele pode ser quem ele é”.
E alguns sinais já demonstram essa mudança gradual dos novo tempos. “É cada vez maior a quantidade de pessoas que frequentam clubes de troca de casais, por exemplo. Outras formas de amor também ganham espaço”.
Mas não pense que você e seu parceiro são obrigados a sair transando por aí. “Não existe obrigação. É essa liberdade que diferencia o novo amor do amor romântico, exclusivo e cheio de regras. Muitos continuarão monogâmicos se assim estiverem felizes. E está tudo bem também. O que não se pode é privar o outro. Ninguém consegue ser feliz fiscalizando o parceiro ou sendo fiscalizado por ele”.
O importante é ser honesto com você e com o outro. “Não crie algo que não existe. O certo é não se enquadrar em modelos, é viver de acordo com o que te faz bem, te faz feliz”.
Regina Navarro é autora do livro A Cama na Varanda e promove discussões sobre o tema no Twitter (@reginanavarro).
Fonte: A Tribuna
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