quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

FOTOS E FATOS DEIXADOS POR MOGIMIRIANA QUE FAZ TRÊS DÉCADAS QUE ESTÁ NA EUROPA, FALA DA SUA SAUDADE... (esta crônica é sempre acessada em nossos blogs... Portanto - envie-nos a sua história...)

Odinovaldo Dino Bueno compartilhou a foto de Rosangela Scheithauer.
Sabemos que muita gente ao ver esta foto, com certeza, com saudades vai se lembrar DA AURORA DA INFÂNCIA QUERIDA NO SEMPRE GRANDE BAIRRO DA SANTA CRUZ QUE, COM A ARTE E A DEDICAÇÃO DE OUTRORA PADRE, HOJE, CÔNEGO, JÁ MONSENHOR PAIVA, RESPEITADÍSSIMO POR QUEM O BEM CONHECE, SAPIENTE COMO POUCA GENTE, COM SUA FAMOSA ROMARIA DE CAVALEIROS, AONDE MEU SAUDOSO PAI (veja foto no final) E MUITOS OUTROS QUE JÁ SE FORAM, ENCONTRAVAM-SE SEMPRE E, ATRAVÉS DESTA SINGELA IMAGEM, MUITA LEMBRANÇA VEM À NOSSA MENTE...
Nós daqui - focalizando pessoas que já deixaram a terrinha - mas na sua saudade se inspira...
Uma foto da Santa Cruz de antigamente para complementar a minha cronica.
  • Odinovaldo Dino Bueno Aproveito para recordar uma bem acessada crônica que temos em arquivo ... Eis a íntegra... Oi Érika, o Odinovaldo Dino Bueno publicou aquela cronica dos "NOssos Natais em Mogi Mirim" no Blog dele e eu respondi - mencionando novamente o seu querido e inesquecível avo, Sr. Pedro Simoso. Respondi e voltei a mencioná-lo, pois ele marcou muito a minha infancia. Leia a minha resposta:

    Minha resposta à publicacao da cronica „Nossos Natais em Mogi Mirim“ no site INSISTA NO SONHO do Odinovaldo Bueno

    Muito obrigada por publicar esta cronica! Como voce pode constatar eu me lembro como se fosse hoje dos lindos e inesquecíveis momentos da minha infancia. Muitos da minha familia dizem que tenho memória fotográfica, mas acho que na verdade é justamente por eu estar fora e continuar tao apegada às minhas raízes que me ajudam a lembrar de fatos do passado. Relembrar é viver!!
    A Santa Cruz marcou muito a minha infancia, foi lá que nasci, frequentei a escola primária, brinquei naquelas ruas atrás da igreja, andei de bicicleta por todas aquelas travessas até lá em cima perto do antigo "Campo da Aviacao", comprei muitos docinhos nas "vendas" da D. Fortunata Albano e no "Armazém" da Dona Eunice Davoli Zuliani e muitas balas e chicletes no Bar do Baiano. Acompanhei muitas procissoes do Monsenhor Paiva (até hoje eu ainda o chamo de Padre Paiva - parece que ficou impregnado em minha memmória, mas ele sabe que nao o faco por mal) sempre carregando uma vela na mao. Lembro-me daqueles senhores das romarias todos com aquelas batinas - eu sempre perguntava ao meu pai porque eles usam "saias" !!? - e aquelas senhoras de véu na cabeca - branco se fossem solteiras e preto se fossem casadas. Nauquele tempo era uma forma dos mocos identificarem as mocas que ainda eram solteiras!
    Lembro-me que nos tais armazéns comprava-se tudo fresquinho: leite, ovos, carne, etc. Lembro-me dos frangos "pelados" (assim nós criancas os chamávamos) à venda pendurados pelos pés e lembro-me que podíamos comprar tudo a fiado e pagar no fim do mes. Todo mundo se conhecia e todo mundo tinha confianca um no outro - nao havia essa de nao pagar. No final do mes todo mundo ia "acertar as contas". 
    Lembro-me do dia em que vi o primeiro telefone - daqueles de gancho - lá no Armazém da Dona Eunice. Até hoje me lembro do meu fascínio por aquela "modernidade" - acho que consigo até me lembrar que o numero do telefone era 24 - nao devia ter muito mais do que isso na cidade inteira!!
    Acúcar, café e arroz eram vendidos por quilo e eram embrulhados em papel em forma de um cone. Carne era embrulhada em papel de jornal. Eu adorava os doces: pirulitos, pacoquinha, doce de leite, doce de batata-doce, doce de abóbora, barquinha (era um doce feito daquelas folhas que parecem hóstias e recheado com uma geléia de alguma coisa indefinível), pirulito Zorro,cocadas brancas e de coco queimado, balas chitas, dadinhos....
    Eu gostava de ir brincar lá no "parquinho do Padre Paiva" que ficava ali na praca Santa Cruz - quantas vezes me balancei naquelas balancas e brinquei nas gangorras.
      • Cruz indo lá por cima perto do Fórum e depois descia a rua 13 (corrijam-me se eu estiver errada) até chegar ali na esquina da rua onde antigamente tinha a escola de datilografia da D. Cecilia Parra para depois chegar até o Monsenhor Nora. Quem nao se lembra da escola da D. Cecilia?? Acho que todos nós aprendemos a datilografar lá. Até hoje ainda nao consigo usar o termo "digitar" e muitas vezes já aconteceu de pedir pra minha filha sair do computador pois eu precisava "datilografar" um e-mail urgente! Ela me olhava com cara de espanto.... " datiiiiiiii o que Mami????" Fazer o que né?, nao posso negar que sou da geracao passada!
      • Mas voltando ao assunto de ir a pé para o ginásio - fizesse sol ou chuva - mae nenhuma se preocupava naquele tempo. Era tudo tranquilo e sem stress, nao tínhamos celulares, nem I-Pods, nada disso. Nao tínhamos dinheiro, pois naquele tempo os pais nao davam as mesadas que as criancas de hoje em dia recebem. Tínhamos uns meros trocadinhos apenas para comprarmos umas balas ou chiclete na venda... e olha lá. 
      • Brincávamos na rua até de noite: brincadeiras de roda, pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, casinha! Que delicia brincar de casinha fazendo "comidinhas" de barro e decorando a "casa" com latas e tijolos. Lembro-me dos "telefones" que fazíamos utilizando duas latas onde fazíamos um furo no fundo, passávamos um cordao preso por um palito e conversávamos por hora com a amiga/amigo. 
      • Íamos muito aos sítios nos domingos e lá entao era a maior farra. Quanto brincar por aquelas bananeiras e goiabeiras. Uma vez subi numa goiabeira e nao percebi que estava "empesteada" de taturana... Me queimei pelos bracos e pernas, foi um horror, mas mesmo assim nao parei de subir nas goiabeiras. 
      • Pois é minha gente, acho que muitos de voces que cresceram na Santa Cruz com certeza irao se identificar e relembrar essas coisas tao simples mas tao marcantes da infancia.
      • Deus foi generoso comigo e me deu todos esses prazeres. Tudo o que sou e que aprendi devo a essa infancia maravilhosa que Deus me deu.

      • E usando as próprias palavras do "Seu Pedro Simoso".... "vórta sempre pra ve nóis aqui" dizia ele todas as vezes que eu os visitava.

      • Volto sempre sim senhor! E COM MUITO PRAZER!

      • Até breve!

      • Abracao,

      • Rosangela

      • p.s.: só complementando algo que me lembrei nesse momento. Quando ia ao Bar do Baiano comprar balas ele tinha um ar de ser bravo, mas no fundo tinha um coracao de ouro. Ele perguntava: " O que ce qué Menina?" e eu lhe dava algumas moedinhas que mal davam pra comprar UMA bala e ele me dava um montao. Eu lhe dava um sorrisao e dizia: "Brigadu" e saia feliz da vida. Um dia meu irmao foi tentar fazer o mesmo, mas só saiu de lá com uma bala. Acho que era o MEU sorriso que conquistava o "Seu Baiano" !!!
    • Rosangela Scheithauer nessa casinha branca bem ao centro da foto eu nasci!
    • Rosangela Scheithauer Obrigada Odinovaldo Dino Bueno por publicar as minhas doces e inesquecíveis recordacoes de um passado muito feliz na querida SANTA CRUZ! Um abraco. Rosangela
      • Odinovaldo Dino Bueno Como meu saudoso e querido pai se vestia para participar da famosa ROMARIA... Saudades do anos que já se foram, bem vividos, hoje, nosso presente... Portanto, como expomos sempre por aqui: VIVA E CURTA BEM SEUS DIAS PARA QUE NO AMANHÃ SEJA ESSE SEU TEMPO DOCES RECORDAÇÕES E SEU ÓTIMO PRESENTE! (Dino Bueno 7h36 neste dia 07/01/2014 - dia alusivo ao leitor)
    • Rosangela Scheithauer Muito linda essa foto. Adoro recordar coisas do passado, pois me transporta para um tempo feliz de nossa vida. Além do mais nessa foto há um pouco de tudo: reminiscencias de cultura, ideologia, saudosismo, recordacoes, saudade... Belos tempos onde ainda se dava muito valor às coisas que realmente possuem valor!
    • Mario Bueno O antigo bar do careca que foi o técnico da santa Cruz.
    • Florentino Aparecido Jorge REALMENTE DEU MUITA SAUDADES
    • Odinovaldo Dino Bueno Agradecemos as sapientes palavras das pessoas amigas que passam e deixam o amável registro. Vamos registrar estes nos blogs para que fique à posteridade...
    • Rosangela Scheithauer Todos nós temos algo para contar ou lembrar. Faz parte da nossa vida e da nossa história. Quisera que mais pessoas colocassem "no papel" suas lembrancas e recordacoes do passado... nossos filhos e netos merecem conhecer suas raízes.
    • Rosangela Scheithauer Deixo-lhes aqui uma poesia de minha autoria:
      • (Rosângela Scheithauer)

      • Uma coisa quero dizer
      • Os homens já não contemplam
      • A beleza do rio
      • O canto dos pássaros
      • A cor das flores 
      • O verde da mata
      • Uma coisa quero dizer
      • Digo agora
      • Para que estas palavras
      • Fiquem seladas
      • Nas mentes de flagelos
      • Moribundos e patéticos
      • Que se imaginam filósofos
      • E mal sabem soletrar
      • O próprio nome
      • Quero dizer e digo já
      • Com desolada luz 
      • Pobreza de espírito
      • Fraqueza de caráter
      • Riqueza personalizada
      • Nada se contempla
      • Pois o rio seca
      • A flor morre
      • O canto vira gemido
      • O sorriso fica perdido
      • O verde é negro
      • Em terras estéreis 
      • Mãos se fecham
      • Corações ao abandono
      • Morrem sem conhecer
      • O sentido da esperança
    Eu ia a pé da minha casa para o Monsenhor Nora, atravessava toda a Santa Cruz...

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