(estória que a vida conta - coletada pelo contador Milton Carlos da Silveira - que quando garotinho - no colo da sua mãe e ao lado da vó - viajava no TREM DA MOGIANA que, perto de Martim Francisco, foi salvo de uma grande acidente por ato heróico de Lázaro Adorno. Um dia - o sapiente correspondente - Milton Carlos - nos mandará detalhes da história...)
Sua atenção por favor:
Leitura recomendada.
Aos amigos a partir dos 60 anos ou mais e para aqueles que ainda vão chegar lá.
Vejam como é lindo o "amor próprio" da terceira idade.
O Aposentado e a Gostosona no Bradesco.
A semana passada estava entrando num banco para ver se tinha restado
algum trocado, até o dia da "viúva" (INSS) fazer o depósito, foi
quando uma linda garota de uns quarenta anos, minissaia, entrou na
fila dos caixas, imediatamente sai da fila dos idosos e também entrei
na mesma fila.
Em pouco tempo ela olhou para trás e sorrindo e disse:
- Porque o senhor não utiliza a fila dos idosos?
Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é? Porém,
mantive a calma e usei toda minha experiência. Puxei papo e resolvi
inventar, para impressionar. Falei das minhas "experiências como
comandante de navio de cruzeiro" - semana passada havia lido um livro
sobre um comandante de navio de turismo. Sabia tudo a respeito.
- Uau! o senhor foi comandante de transatlântico?
- Só por vinte e dois anos. - respondi expressando uma certa
indiferença pelos anos de trabalho, mas sentindo que tinha capturado a
presa, era só abater e comer.
- Nossa! e com essa sua pinta o senhor deveria, certamente, agradar
muito o público feminino, nas noites de jantar com o comandante.
Boquiaberto só pude responder:
- Hã?
- distraído, eu estava de olho fixo no decote da jovem que
exibia, exuberantemente, seus lindos seios. Ela me pegou no flagra. Eu,
sem graça e ela não fez por menos!
- O senhor ficou vermelho! Ficou até mais bonito. Aliás, o senhor
deveria fazer um teste na televisão.
Eu estava perplexo e apavorado, depois dos sessenta, isto acontece uma
só vez antes da morte.
Aquele avião pronto para decolar e eu sem condições nem mesmo de
efetuar o chek in.
Sim, não sabia ao certo quanto teria na conta corrente...
Quanto estaria custando um Viagra? ....
Onde poderia arrumar duzentão, até o dia do depósito da "viuva"?...
Quanto estariam cobrando um apê no motel?
Será que se chamar um táxi pega bem?
Comecei a suar frio.
- Eu, artista de televisão?
- Sim! o senhor lembra aquele famoso galã dos anos cinquenta, que
minha avó me mostrou na revista "Rainha do Rádio". Ela tem verdadeira
paixão por essas revistas. Adorava Marlene, Emilinha Borba... Deus nos
livre de alguém mexer nas suas revistas. Ela guarda a sete chaves, com
o maior carinho.. O senhor é saudosista também?
- Sim! Mas, você ta me gozando. Galã dos anos cinquenta?
- Verdade... não me lembro bem o nome, só sei que ele fazia filmes
para o cinema, era muito famoso. Ma..Mário, não era. Era alguma coisa
como... ah sim, tinha dois zes no nome.
- Mário Gomezz (Apelei)?
- Não, não era este o nome. Ahhh lembrei... Mazzaropi? Isto Mazzaropi!
Mazzaropi era um galã, não era?
Betão, nesta hora minha autoestima fez um buraco no chão e foi parar
na terra do sol nascente.
Pô, quando ela disse que eu parecia galã dos anos cinquenta, pensei
num Paulo Gracindo, Paulo Autran, ou algum Antonio Fagundes da vida.
Mas, Mazzaropi? ...
PQP foi de fuder.
Mas, até aí tudo bem, para pegar aquele avião eu ia de Mazzaropi mesmo..
O meu fabuloso programa da tarde só veio a acabar, quando ela
incautamente, derrubou um livro que tinha na mão.
Eu, como um verdadeiro cavalheiro, inventei de abaixar para apanhá-lo.
Só que esqueci as recomendações do meu ortopedista sobre minhas
artroses e artrites, que quando eu me abaixasse, o fizesse de uma
forma bem vagarosa.
Enquanto o livro descia, eu mais que depressa, inventei de pegá-lo na
altura dos joelhos desnudos da jovem.
Só escutei a frase dela:
- "uau! que reflexo - você parece um garotão!".
Ouvi esta frase, e mais dois sons.
Um som abafado da região da minha coluna que travou no ato, e o som
estridente de um prolongado peido que alem de sinalizar a frouxidão do
rabo lembrou-me da intensa dor na coluna.
E quem disse que eu conseguia endireitar o corpo, nem chamando o Carvalhão.
Arcado, tentava me endireitar e peidava. Tentava, e novamente peidava.
Pô, o pior, que há pouco tinha almoçado num restaurante alemão.
Imagina o odor?
A jovem vendo que a situação não reverteria, tirou os dois dedos que
apertavam suas narinas, apanhou o celular e discou para o SAMU.
Fim de um provável romance...
Você ta rindo ....por que não foi com você...!!!
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