“Pátria amada”
Velhos tempos! Ah se essa geração 2000 compreendesse o que eram os velhos tempos! Isso para mais de trinta anos. Brincar na rua sob o sol, sob a lua. Andar de bicicleta, passear nas praças, tomar sorvete com gosto. Fazer amigos, de verdade. Cumprimentar um estranho. Estranho não é?!!! O que dizer de: chorar ao cantar o hino nacional com a multidão! Velhos tempos!
A educação começava em casa. Rigor. Pai era pai, mãe era mãe, e filho era filho. “Bença pai, bença mãe”. “Boa noite”. “Bom dia”!!! “Obrigado”. “por favor”!!! Ao se estender para a escola, como em casa. Respeito, autoridade. Aluno era aluno, professor era professor, o mestre. Estabelecendo laço e complemento. Tudo em seu devido lugar. Tudo era feito para se encaminhar uma vida a um futuro promissor. Onde está a ordem das coisas hoje! Está tudo desordenado! A banalidade tomou conta, infiltrou-se meio ao descaso. Instalo-se e não quer mais nos deixar. Erro dos pais? Modernidade? Negligência do governo na confusão entre direitos e deveres de pais e mestres sob as crianças? Excesso de liberdade talvez! É tudo isso e muito mais! Velhos tempos!
Depois de alimentar, trocar carinho com os filhos, as mães os vestiam com uniformes, que por si já era sinal de responsabilidade, os deixavam, em confiança, nos grupos escolares, colégios. Os pais trabalhando. Tinham trabalho!
O inspetor de alunos no portão fiscalizava tudo. Rígido, despertava controle, segurança. Eu particularmente tive um inesquecível, Joãozinho.
Os portões se abriam. Os estudantes entravam e logo ao soar do sino, todos em fila para cantar o hino nacional. A pátria tinha de ser amada. Também respeitada como o lar e a escola. “Chão que nos pertence”. Entendia-se isso! Adorar só a Deus.
Os cadernos quase sempre brochura, o hino vinha estampando em seu verso para que não o esquecessem. Obrigatório! Senso de comprometimento! Ah, os velhos tempos!
Com tudo isso. Ganhava-se respaldo e até uma sensação de poder. Fazia-se parte de um todo. O país era do povo e não um território sem dono, perdido como terra de ninguém dos filmes de bang bang do velho oeste sem ordem nem mando. Tinha-se orgulho de entoar o hino nacional. A pátria era amada! Era bonito. O Brasil era bonito! Não! O Brasil era lindo! Velhos tempos!
Denise Mokarzel
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