quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

BRASILEIRA QUE SEGUE OS PASSOS DE BILL GATES, JÁ TEM SUA EMPRESA NOS EUA...


15/11/2011
 às 11:49 \ entrevista

Isabel Mattos, 23, uma empreendedora brasileira no Vale do Silício

Isabel Pesce Mattos é mais um talento brasileiro lapidado nos Estados Unidos. Aos 23 anos, a paulistana tem um currículo ostentoso: graduou-se em ciências da computação, matemática, economia e administração no Massachusetts Institute of Technology (MIT), por onde passaram mentes brilhantes como o britânico Tim Berners-Lee, o “pai da internet”, realizou um mestrado profissional no Google e trabalhou em dois projetos da Microsoft. De quebra, foi à mansão de Bill Gates e conversou com o papa do software.
A experiência livrou Isabel das angústias típicas de um recém-formado. Ao invés de procurar emprego, preferiu aventurar-se no negócio próprio. Abriu em pleno Vale do Silício, o pulmão californiano da tecnologia mundial, a startup Lemon. O primeiro serviço, um aplicativo para controle de gastos pessoais, dá sinais de que a empresa vai prosperar: em menos de um mês, o programa registrou 400.000 downloads. De São Francisco, na Califórnia, Isabel conversou por telefone com a reportagem de VEJA, para explicar os planos como empreendedora e também comentar o atual cenário do universo de tecnologia.
Como você chegou ao MIT? Em 2006, quando me preparava para os processos seletivos e vestibulares, tinha o objetivo de estudar no ITA [Instituto Tecnológido de Aeronáutica, em São José dos Campos]. Antes de ingressar, quis conhecer a história do instituto e acabei descobrindo que o fundador do ITA fez parte do famoso MIT. Na época, não conhecia a possibilidade de estudar no exterior, mas sabia que o MIT já era considerado um dos melhores do mundo. Fiquei interessada e participei de seis etapas de qualificação – que inclui informações pessoais, coleta de recomendação de ex-professores, redações em inglês e entrevista com um ex-aluno do próprio MIT. Não é um processo complicado, mas é desconhecido pelos brasileiros. Em quatro anos, acabei me aventurando em outras carreiras e consegui me formar em ciências da computação, matemática, economia e administração. Saí do MIT com quatro diplomas.
Que papel você que desempenhou no Google? Ingressei no Google em 2009 durante o programa de mestrado profissional, que inclui uma parceria entre a empresa e o MIT. Na sede da companhia, em Mountain View, trabalhei na área de desenvolvimento para aprimorar o serviço de tradução do Google, conhecido como Translate. Não concluí o curso para tocar outros projetos em uma empresa menor, mas posso terminá-lo em outra ocasião.
E na Microsoft, em qual área trabalhou? Participei da construção de agregadores de RSS, além de fazer parte de uma startup interna que promoveu a criação de um serviço com uma webcam que identifica gestos. Um dos momentos mais inesquecíveis na empresa foi o dia em que fui convidada – com outros estagiários – para visitar a casa de Bill Gates. Acabei conhecendo a família dele, mas infelizmente não pude registrar nenhum momento do encontro: câmeras e celulares foram confiscados antes.
Hoje, você dedica parte de seu tempo a Lemon (acima, imagem do site da empresa). Por que largou gigantes do setor para se dedicar à própria empresa? Com a experiência que adquiri no MIT, descobri que empreender, por ora, é o meu caminho. Acredito que seja o momento ideal para aprender com produtos que estão em fase embrionária. Já temos 18 empregados e a ideia é expandir cada vez mais. Basicamente, oferecemos nos dispositivos móveis e na web um aplicativo gratuito que oferece auxílio na organização dos gastos pessoas, digitalizando toda informação. Em menos de 30 dias, o serviço já está em uso por 400.000 pessoas.
Olhando para os grandes atores de tecnologia: pode-se dizer que o Facebook desempenha papel tão importante como o Google o fez anos atrás? O Facebook é a empresa da vez, vem demonstrando um crescimento incomparável. É a companhia que mais empolga jovens americanos atualmente.
Recentemente, Mark Zuckerberg disse que criaria uma sede do Facebook em Boston, longe, portanto, do Vale do Silício. Na sua opinião, é imprescindível estar no Vale?Tenho absoluta convicção de que o Facebook não seria essa potência se tivesse sido criado em Boston. O Vale do Silício tem um passado que merece respeito, maior disponibilidade de capital e, é claro, uma cultura que respira tecnologia.
Atualmente, a maior briga no mundo da tecnologia é mesmo entre Facebook e Google?Sim. Mas ainda acredito que Apple, Amazon e Dropbox são gigantes que buscam desbravar novos terrenos. Todos, sem exceção, dividem seus esforços entre vários produtos.

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