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Agência O Globo - 6 horas atrás
RIO - Após receber uma carta anônima com a possível localização do corpo de Eliza Samúdio, o advogado José Arteiro Cavalcante, que representa a mãe da modelo, afirmou que a polícia vai verificar a informação neste sábado. Na carta, que foi entregue para Sônia de Fátima Moura ao fim de um programa de TV, em Belo Horizonte, o autor conta que sonhou que o corpo de Eliza foi jogado em um poço localizado no terreno de um convento de padres, em Belo Horizonte. A modelo teve um caso com o ex-goleiro Bruno, do Flamengo, acusado de mandar matá-la.
- Haverá uma reunião para saber como serão as investigações. Mas já amanhã (sábado), os policiais vão ao local indicado na carta - disse José Arteiro.
Sônia de Fátima recebeu a notícia com apreensão. Ela contou estar angustiada para ver logo se a informação contida na carta é verdadeira:
- São dois anos de um sofrimento infinito. Quero acabar logo com isso.
Segundo ela, Bruninho - filho de Eliza com o goleiro Bruno de Souza, preso acusado de envolvimento na morte e ocultação do cadáver da modelo - está alheio à toda a tensão em sua volta.
- Ele anda agitadíssimo, mas muito bem, graças a Deus. É muito pequeno ainda, tem apenas 2 anos e 4 meses, e não tem muita noção das coisas. O que não deixa de ser bom - disse Sônia.
A mãe de Eliza já comprou o caixão, tem contatos com uma funerária e sabe o local onde a filha será enterrada. A revelação foi feita ao vivo na semana passada durante um programa da TV Alterosa, de Belo Horizonte.
No fim de maio, o goleiro Bruno Fernandes recebeu o direito a liberdade condicional pelo crime de lesão corporal e cárcere privado que responde no Rio, uma vez que já teria cumprido 1/6 da pena de 4 anos e seis meses. Mas apesar da decisão do juiz Wagner Cavalieri da Vara de Execuções Criminais de Contagem, ele continuou preso. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas, existe um impedimento para cumprimento dessa decisão, que é o mandado de prisão expedido no processo em que o goleiro é acusado do homicídio de Elisa Samúdio. O atleta está preso desde 2010 pelo crime.
Segundo informações do Tribunal de Minas, desde janeiro o atleta teria esse direito, mas só em maio o documento do Rio de Janeiro chegou à Justiça do estado. O pedido foi analisado pelo Ministério Público, que foi favorável ao pedido de liberdade condicional. Depois foi a vez do juiz decidir pela liberação ou não do ex-jogador do Flamengo.
Os advogados de Bruno impetraram pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, em relação ao processo em Minas. A expectativa era que a resposta saísse em 30 dias.
Também em maio, ficou decidido quem ficará com a guarda do filho do goleiro Bruno com a modelo. Segundo a defesa da mãe de Eliza, a criança ficará com a avó materna, Sônia de Fátima Moura, que já cuidava da criança por uma decisão liminar. O avô do garoto, Luíz Carlos Samudio, também reivindicava a guarda do menino.
A modelo Elisa Samúdio desapareceu em junho de 2010. Semanas depois, o filho dela, ainda bebê, foi encontrado com uma amiga de Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher de Bruno. A polícia acredita que Eliza foi sequestrada com seu filho, no Rio, e levada para Minas Gerais. Depois ela foi mantida no sítio de Bruno até ser morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. O corpo de Eliza nunca foi achado.
Em março, o advogado de Bruno admitiu que a ex-namorada do goleiro está morta e atribuiu o crime a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. Ele contou ainda que a estratégia de defesa do atleta admitirá no julgamento a morte de Eliza Samudio. Até então, a defesa do goleiro sustentava que a jovem estava viva, já que o corpo nunca foi encontrado. No dia seguinte, Wasley César de Vasconcelos deixou a defesa de Macarrão.
Bruno e mais sete pessoas são réus no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza. De acordo com a pronúncia da juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, Eliza foi morta em junho de 2010, após tentar na Justiça o reconhecimento da paternidade de seu filho pelo goleiro. Ainda segundo o advogado do goleiro, Macarrão tomou a decisão de matar a jovem. De acordo com o advogado, a orientação de Bruno era que Macarrão levasse Eliza para a rodoviária de Belo Horizonte, para que ela fosse até São Paulo participar da seleção para um trabalho. "Era para o Macarrão levar (Eliza) e entregar os R$ 30 mil. O Macarrão falou (para Bruno) que a deixou na rodoviária, ele mentiu pro Bruno", disse Pimenta à época.
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